segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tolerância na Diversidade

Deparei-me com esta notícia no Público: "Mulher sudanesa vista de calças escapa ao chicote", achei por bem reflectir no tema. Aos ocidentais causa tanta estranheza, repúdio e até mesmo incredulidade face a tamanho desatino, usar calças de ganga imagine-se!

As culturas são totalmente diferentes, há que respeitar, não direi se concordo ou não, digo que os julgamentos rápidos e cheios de soberba, não devem fazer parte de uma civilização que se diz superior.

Exagerada a punição, aos nossos olhos sim, habituados que estamos a ver calças de ganga diariamente, um aspecto tão menor do nosso quotidiano não nos toma muito tempo em reflexões. Nós, há muito que separamos o poder temporal do espiritual, cada um na sua esfera de actuação, eles não.

Ser muçulmano é um todo, não faz sentido separar o poder religioso do poder político, das regras que esse Estado tem como base. Contudo não encontrei nenhuma regra específica para o uso de calças de ganga:

Alcorão Verso 33:59
«Ó profeta diz as tuas esposas, tuas filhas e às mulheres dos fiéis que (quando saírem) se cubram com as suas mantas; isto é melhor, de modo que elas possam ser reconhecidas e não molestadas...»


O uso do véu é sugerido, não imposto, a burka é opcional, não é regra, as caças de ganga não figuram neste inventário. Mas chocam, são vestimentas ocidentais, representantes de um modo de estar e de ser diferente e demasiado liberal, para eles.
Tão liberais, que embora não constem do Alcorão, constam das leis pelas quais o país se rege,pena máxima de 40 chicotadas para quem "cometa um acto indecente, viole a moral pública ou vista roupas indecentes". E o que é indecente? As calças de ganga...dizem.

Há um ditado que diz, que em Roma sê romano, logo se à partida conhecemos as regras, e a mulher em causa conhecia, pelo menos assim o diz o jornal, porque afrontamos? Necessidade de mudança? Talvez, mas não é impondo que se ganha esta Jihad.

Lembro-me de há uns anos ter estado em Israel, para entrar na mesquita de Omar(da cúpula dourada) nada de calções curtos ou pseudo saias, deram-me então uma verdadeira saia...e que saia, mais parecida com um saco de sarapilheira!
Tinha duas opções, vestia a saia e entrava , ou não entrava e ficava sem conhecer o interior da mesquita...Vesti a saia e entrei . Tolerância, respeito.

Esta reflexão não é uma identificação com a cultura muçulmana, é apenas um olhar sobre um tema que muito facilmente se acusa e destrata, sem compreender as verdadeiras raízes.

3 comentários:

  1. com certeza vc nao tem conhecimento da bliblia,onde se diz a mulher deve se vertir com pudor, o veu e o cabelo, que e uma desonra pra mulher cortar o veu, ja os homen e uma desora ter o veu crescido;obs mas cartas de paulo vc encontra;

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Conheço o suficiente para respeitar a religião muçulmana, a questão aqui é até que ponto podemos considerar falta de pudor o uso de calças de ganga. Para o ocidental não faz sentido, contudo havendo respeito há que aceitar que existem culturas onde tal não é bem visto. Esta minha opinião está expressa no artigo

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