Não nasci antes do tão aclamado dia da Liberdade, nasci depois e para mim ela nunca foi uma estranha. Apesar de não lhe conhecer as agruras, aprendi que ela tinha limites, que não era só minha, que tinha contra-indicações.
Olho com curiosidade este momento da nossa História. Procuro saber o porquê da euforia e até entendo quem grita e se revolta por sentir que no hoje que vivemos, ela está tão maltratada...

Onde estão elas? Onde está este espírito de luta?
A liberdade essa já cá está...ou não? Agora nada nos impede de nos manifestarmos...ou impede?
Não sei que responda, sinto que ainda lhe dou pouco valor, perto do que ela realmente vale. A Liberdade.
Ao meus alunos, transmito-lhes a alegria do fim de um regime, a euforia de um país que estava desanimado e precisava de alento, passo-lhes o que sinto quando leio, quando escuto os mais velhos, mas não lhes passo experiência. É tão novidade para mim quanto para eles...
Ser livre, digo-lhes, é uma grande responsabilidade.Não entendem.
Sempre foram, acham (acharão mal?) que sempre serão, que é coisa dos "mais velhos" isso das ditaduras...
Olho para o país e não sei o que comemorar...se calhar tenho de comemorar o ser livre, mas com mais afinco, relembrar a todos, mesmo aos que não lutaram por ela, que é um motivo digno de ser lembrado e celebrado.